Uma cidade que lê

Engraçado pensarmos que num mundo atual no qual acontecem tantas mudanças no meio editorial – e não necessariamente lucrativas ou positivas -, Leipzig ainda sustenta um business muito forte com a comercialização de livros, revistas, jornais e outros periódicos impressos. Reforço: impressos. Quando visitei a cidade pela primeira vez, nossa guia disse que é a cidade onde mais se lê no mundo... fiquei intrigada com essa contastação e depois investiguei melhor junto ao Turismo de Leipzig, mas fato é que até hoje não há nada que possa comprovar, exceto pelos inúmeros registros que deixam indícios, mesmo sem uma estatística oficial, e nos fazem acreditar nessa hipótese. Basta levantar alguns dados como por exemplo - talvez poucos saibam -, o primeiro jornal diário de que se tem conhecimento, no mundo, ter começado em Leipzig em 1650.

A Biblioteca Nacional da Alemanha (The German National Library) é localizada em Leipzig, onde se acha uma coleção gigantesca de títulos alemães; outro fato, em 1884 viu-se nascer o The Deutsche Buch und Schriftenmuseum, também conhecido como Museum for Books and Writings. Importantes feiras ainda são sediadas lá, como a segunda mais importante de todo o país chamada Leipzig Book Fair, ainda de pé desde o século XVII, ou mesmo a mais recente “Annual Book Summer”, que desde 2012 é um festival de leitura para jovens dos 11 a 16 anos. Mas essa não é uma feira comum de comércio e propaganda de livros, mas sim, uma mega feira que atinge seu principal objetivo de incentivo à leitura: os participantes podem alugar quantos livros quiserem, sem necessidade de registro, e podem ganhar um certificado caso leiam mais de 3 livros cada um ao longo das férias escolares de verão. Veja: no verão de 2016, foram registrados mais de 36 mil livros emprestados! Quando a gente pensa no nível educacional ao qual crianças e jovens lá estão expostas, é fácil lembrar o porquê da Alemanha ser uma grande potência mundial.

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