Interior da Alemanha: a minúscula e belíssima Assmanshausen am Rhein

Até hoje quando fecho os olhos consigo reproduzir as sensações que a paisagem ao redor do rio Rhine me proporcionaram nos dias em que estive na miúscula Assmanshausen am Rhein. É quase um vilarejo, colada na cidade (e mais conhecida) de Rüdesheim am Rein, mas pouquíssimo considerada (na maioria) dos roteiros turísticos de quem vai pra lá. Um absurdo! A cidade é inteirinha tombada pelo patrimônio da Unesco, o que por si só já bastaria para figurá-la num alto patamar de importância histórica e cultural.

Sua localização é privilegiada desde os tempos da Guerra: cortada pelo rio Rhein, foi salva graças à sua posição geográfica que impediu os bombardeios invadirem sua área. Interessante ver a vasta quantidade de castelos rodeando seu rio, todos preservados e muitos abertos à visitação (sendo alguns deles mantidos por famílias de forma privada). Quando está na cidade, de um lado se vê o rio, e de outro, as montanhas Taunus. Somada aos climas frios e quentes, essa junção de elementos da natureza permite a condição perfeita aos vinhedos da região, gerando safras maravilhosas de vinhos, na maioria Pinot Noir, também chamados Spätburgunder. A impressão é de estar vivendo um sonho quando se passeia por Assmanshausen. Como qualquer cidade pequena, tem aspectos de um cotidiano de interior: um senhor passeando com o cachorro de manhãzinha; a comerciante chegando ao restaurante de família com sua mercadoria própria; a dona do pequeno hotel buscando pães na loja de um pequeno produtor; a vizinha que cedo acordou e já se mostra atenta aos movimentos de sua rua; um gatinho no canteiro da igreja...

Assmanshausen poderia ser confundida com qualquer cidade interiorana se não fossem pelas várias pequenas vinícolas de produção tão particulares que garantem seu espaço no mapa do vinho alemão. Muito interessante de ver como diversas famílias lidam com essa (quase singela) produção de vinho – clima e solo tão propícios – e vivem da própria subsistência. A vida, digamos, um pouco mais agitada, na cidade, acontece totalmente ao redor do Rhine. Pequenos hotéis dividem espaço bem próximos uns aos outros e não é comum de vê-los lotados. Isso porque muitos turistas, quando escolhem esta região para explorar, se instalam na vizinha Rüdesheim e não gastam 5 minutos para atravessar a estrada ainda em obra que, segundo os moradores locais, é o fator principal para não atrair mais visitantes, além de não ser um local totalmente atraente ao turista jovem. Uma pena. Para mim, Rüdesheim foi para o topo da minha lista de favoritas.

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