Tenho pensado muito na escolha das pessoas em serem ou não vacinadas. Em um período curto de tempo, me deparei com algumas mentes tão opostas entre si que só posso temer pelo futuro da humanidade. Para alguns deles, a vacina pode significar algo tão perigoso a ponto de colocar em risco uma vida a longo prazo, enquanto o outro ponto de vista acredita que não receber a vacina é definitivamente uma sentença de morte.

Já se passaram alguns meses desde que ouvi um homem gritando na fila de um mercado em Amsterdã: "Acordem! Não há Corona! Eles estão brincando com a gente!". Fiquei chocada! Quantos ainda negam a existência do vírus? Pois bem. Alguns dias atrás, um colega afirmou que preferia esperar do que tomar a injeção agora, principalmente porque não sabe ao certo quais são os efeitos a longo prazo em nosso corpo. Assim como ele, vários atletas olímpicos também decidiram desistir da dose.

Eu respeito suas escolhas pessoais. É o que todos devemos fazer, certo? Mas não consigo deixar de pensar que talvez esses indivíduos tenham a sorte de não terem chorado pela perda de um ente querido. Já vi pessoas próximas morrendo, portanto, não me interpretem mal, mas o que é preciso para que todos comecem a agir como se a vida de qualquer um importasse? Aí eu questiono: não querer ser vacinado também significa não acreditar no enorme risco que o Corona representa?

Confesso que, como milhões de pessoas, também desconfiava da vacina. Julgue-me se quiser, mas você há de concordar que toda a situação certamente criou uma tremenda descrença, sem contar a eficácia de algumas vacinas postas em jogo pelos governos: que nos fizeram sentir como marionetes em seu circo. O mundo já não é apenas dividido por aqueles a favor ou contra o jab, mas também pelos líderes de torcida da Pfizer e pelos odiadores da AstraZeneca.

Tudo bem, eu até gostaria de ter tomado a Janssen, mas só porque é uma dose única e eu queria ser imunizada o mais rápido possível - para o bem de todos e especialmente devido à lentidão do programa de vacinação na Holanda. Mas isso não significa que eu rejeitaria qualquer vacina que estivesse disponível quando chegasse a minha vez. A propósito, tomei Moderna, tive efeitos colaterais terríveis, mas, enquanto escrevo essa confissão, me sinto um passo mais perto de ajudar o mundo inteiro a voltar ao lugar onde estávamos. Mais do que querer me proteger e sair livremente, me preocupo com todos aqueles que vivem no mesmo planeta que eu.

Ao mesmo tempo, será que obrigar cidadãos a serem vacinados representaria uma ameaça à liberdade de escolha do ser humano? Um presidente pode determinar que, ou você toma, caso contrário esqueça de museus, restaurantes e academias? Quanto tempo vai demorar até que toda a humanidade encontre o bom senso? Se é que algum dia isso acontecerá...

Já passamos por muita coisa desde que o mundo começou a enlouquecer. Claro que é compreensível que ainda nos sintamos confusos por este período terrível. No entanto, embora possamos ainda estar longe de sair da pandemia, só posso pensar que só seremos capazes de encontrar paz em nossos corações quando todos reconhecerem que não se trata tanto de ter uma escolha ou não, mas sim, sobre permitir que todos se sintam seguros novamente.

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