Uma das maneiras mais interessantes de se conhecer a culinária local é visitando feiras e mercados de comida: uma dica que pareceria óbvia, se não fosse pela mudança conceitual pela qual esses formatos de centros de comida vem passando. Antigamente, uma feira local já dizia muito sobre os costumes e comportamentos gastronômicos de uma determinada região. Hoje em dia, o turista e a própria população querem ver e fazer mais. Em outras palavras, num só ambiente esses locais passaram a incorporar, além de comidinhas e bebidas, música, galerias, showrooms e lojinhas. Em alguns casos, como do Food Hallen, por trás de um conceito há uma historia que data do início do século passado.

O local que deu vida, em 2015, não só ao Food Hallen como também ao complexo De Hallen, onde ele está inserido, funcionava como um antigo depósito de trens de carga, permenecido fechado por muito tempo. É só reparar no chão que ainda preserva os trilhos por onde os vagões ficavam. Essa tendência de ocupação e transformação, mas que preserva parte de sua arquitetura original, é algo cada vez mais forte nas metrópoles, principalmente aquelas que carregam historia de vida.

O Food Hallen, por sua vez, é um espaço que se propõe a oferecer itens da tradição holandesa – como queijos e bitterballen (uma espécie de salgadinho frito em esferas )– como também faz um apanhado para agradar diferentes paladares – desde hamburgueres até tapas, não esquecendo, lógico, de um bom bar dedicado à famosa febre do gin. Mais bacana ainda é percorrer o complexo De Hallen, particularmente um dos locais mais descolados e agradáveis de Amsterdam, onde encontramos cinema, hotel, cabeleireiro, biblioteca, loja de restauração de bicletas, entre outros estabelecimentos que vem transformando e dando um toque tão autoral e cool à parte Oeste da cidade.