Espírito livre

28 de Junho de 2020

Todos nós crescemos condicionados a analisar pessoas com base em estereótipos. Não necessariamente de forma negativa. É apenas uma conexão que ressoa automaticamente a partir de nossas referências, profundamente enraizadas, das quais simplesmente não podemos evitar.

Ouço muito a frase “o pessoal do teatro” ou "gente do cinema", o que leva alguns de nós imaginar aquela turma de espírito livre, meio hippie, vestidas como arco-íris e calçando chinelinhos de palha, como costumam dizer. Ontem, isso se provou verdade.

Uma amiga me convidou para uma finissage em Amsterdã. A galeria, embora em ótima localização, na movimentada Haarlemmerdijk, claramente transparece um espírito decadente. À frente do espaço está uma senhorinha cuja fama carrega como a mais entusiasta da boa vida; uma bonne vivante, eu diria. Todos a conhecem. 

Ela e suas amigas - “o pessoal do teatro” - se vestem da mesma maneira; não construiram uma carreira notável nem ganharam muito dinheiro; gostam de passar quase o dia todo bebendo, rindo, dançando; nunca se demonstraram preocupadas com o futuro.

De alguma forma, elas todas me parecem bastante satisfeitas com esse estilo de vida. O que eu mais pensava ao vê-las festejando, era: seria eu capaz de sucumbir aos hábitos frívolos e que não se apegam ao dia de amanhã? Quem sabe... Mas antes, talvez eu precise de uma imersão na Índia.

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